Censo mais democrático em 2020

As pessoas e instituições interessadas têm até 30 de abril deste ano para apresentar sugestões de temas e perguntas para o questionário do Censo Demográfico 2020 por meio do Portal do IBGE. É a primeira vez que o Instituto faz uma consulta pública nesse formato, a fim de tornar o processo mais transparente e democrático. De 19 de fevereiro até a manhã de hoje, foram cadastradas 494 colaborações, que podem ser feitas em português ou inglês.

Após a consulta, as informações serão sintetizadas e divulgadas no hotsite do Censo 2020, que será lançado ainda este ano. Cada demanda será avaliada de acordo com uma série de critérios, como a necessidade do usuário, a ausência de fontes estatísticas alternativas e aspectos relacionados ao tempo de resposta e a complexidade do questionário. Além disso, o conteúdo irá nortear as discussões em fóruns, assim como poderá ser aproveitado em outros produtos.

Para o diretor de Pesquisas do IBGE, Claudio Crespo, essa é uma iniciativa necessária para atender os anseios da população: “ A ideia é que o projeto do Censo 2020 seja participativo, como sempre foi. O objetivo é que, com transparência, a maior operação da instituição seja realizada com o mais alto grau de participação possível dos usuários e da população como um todo”.

Internet já havia sido utilizada na consulta do Censo 2010

Durante a preparação para o Censo 2010, a Internet também foi utilizada para facilitar a contribuição da sociedade. Na época, o IBGE enviou mais de 9 mil cartas com login e senha para pessoas e instituições cadastradas. “Os usuários acessavam uma página virtual em que avaliavam os itens do questionário e apresentavam questões e sugestões com as devidas justificativas. Foram recebidas cerca de 270 contribuições”, conta a analista da gerência técnica do Censo Demográfico, Sofia Monti.

Um exemplo de contribuição da sociedade para os Censos foi a inclusão no questionário da pergunta sobre a existência e o tipo de registro de nascimento das pessoas com até 10 anos de idade nos domicílios. De acordo com o diretor de Pesquisas do IBGE, as instituições que trabalham com esse tema apresentaram argumentos para que essa investigação fosse incorporada ao Censo 2010: “a partir daí, pudemos ter uma visão espacializada do sub-registro (conjunto de nascimentos não registrados no próprio ano de nascimento ou no primeiro trimestre do ano subsequente) ao longo da década. Foi uma inovação importante”, conclui.

 

Fonte: IBGE