A radicalização de um programa de governo focado no ajuste fiscal, com o congelamento por 20 anos dos gastos primários, trará como resultados redução da renda das populações mais vulneráveis, aumento de desemprego estrutural e do trabalho precarizado, desmantelamento de direitos, criminalização da pobreza e desmonte das políticas sociais — onde a saúde e educação são as mais afetadas. Para sustentar o discurso da crise, propõe-se a austeridade, que justifica toda sorte de atrocidades, desde a financeirização da vida e de todos os processos econômicos, além da prevalência da oferta de serviços privados em detrimento do não funcionamento do público. Para dar sustento a essa dita austeridade, foi divulgada em novembro a síntese de um documento produzido pelo Banco Mundial sob o título “Um ajuste justo – análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil”, que avalia que as três esferas de governo no Brasil gastam mais do que podem em saúde (pag. 18). Este relatório sofreu severas críticas de pesquisadores e foi resumido como “simplismos, reducionismos e economicismos da pior espécie” pelo economista José Cardoso Junior. […]