O governo brasileiro obteve uma importante vitória na 76ª Assembleia Mundial da Saúde, com a aprovação por unanimidade, no dia 30 de maio, de uma proposta para que a Organização Mundial da Saúde formule um plano global para a saúde indígena e eleja a pauta como uma prioridade entre suas ações. A nova resolução define que os países desenvolverão, financiarão e implementarão planos nacionais de saúde para garantir às populações indígenas o direito de desfrutar do mais alto padrão atingível de saúde física e mental.
A proposta foi apresentada pelo secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, liderança indígena cearense, que comemorou a vitória no Instagran da secretaria, dizendo que vivia “um momento histórico de avanço, de um novo tempo de inclusão dos povos indígenas e seus direitos a nível mundial”. A criação de um plano global, segundo ele declarou à Agência Brasil, vai encorajar “os demais países a desenvolverem planos nacionais e a buscarem estratégias que possam assegurar o acesso à saúde dos povos indígenas, respeitando o direito à consulta e fortalecendo a participação social na construção de ações”.
A resolução reconhece as necessidades particulares de um grande contingente da população mundial. Somente nas Américas vivem 62 milhões de indígenas. O vice-diretor interino da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Marcos Espinal, explicou que as populações indígenas nas Américas têm maior probabilidade de sofrer de doenças infecciosas, como a tuberculose, bem como de doenças não transmissíveis, como o diabetes. “É por isso que essa resolução é tão crucial para a nossa região, pois baseia-se em estratégias que abordam os contextos ambientais e sociais específicos em que vivem os povos indígenas”, disse ele.