Entrevistas

Acesso a medicametos em xeque

“A sociedade brasileira deve estar atenta e mobilizada para defender os seus direitos e impedir retrocessos”. O alerta é do farmacêutico Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde e da Federação Nacional dos Farmacêuticos. Nesta entrevista, ele comenta os desafios a serem enfrentados pelo setor brasileiro de medicamentos em médio e longo prazo. Para o farmacêutico, no horizonte dos próximos 20 anos o principal entrave aos avanços na área diz respeito a retrocessos fiscais que podem se concretizar no curto prazo, por exemplo, por meio da PEC 241/2016. “Se essa agenda for aprovada, é possível que o SUS, como o conhecemos hoje, deixe de existir. Neste cenário, não só medicamentos não estarão mais disponíveis para a população, mas a própria saúde pública estará em xeque”, destaca. […]

Desenv. e Saúde

SUS: o que é e o que poderá ser

“Há um risco de que, pela primeira vez, desde a constituição de 1988, tenhamos um governo com a postura anti-SUS”. A frase do médico sanitarista e ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão guiou os debates ocorridos durante a mesa redonda SUS: o que é e o que poderá ser, organizada pela Casa de Oswaldo Cruz, para refletir sobre avanços e paradoxos do projeto de saúde pública brasileiro, principalmente em meio à conjuntura política, social e econômica pela qual o país vem passando. Ao lado de Temporão, o vice-presidente da Abrasco, Nilton Pereira Junior, e Ruben de Araújo Mattos, do Instituto de Medicina Social da UERJ, analisaram a trajetória do SUS em seus quase 30 anos de existência, desde os primeiros movimentos em defesa de um sistema de saúde universal e integral, à luta pela garantia constitucional e a inserção de instrumentos de controle social na sua estrutura. […]

Financiamento Setorial

A saúde nas mãos do capital estrangeiro

Em 2014, às vésperas do início do recesso parlamentar de fim de ano, em meio a dezenas de artigos tratando dos mais variados assuntos, o Congresso Nacional aprovou regra que amplia, em muito, o campo de atuação do capital estrangeiro na saúde do Brasil. Antes restrito aos planos e seguros, agora o capital estrangeiro pode, de forma direta ou indireta, atuar na assistência à saúde. “É triste porque é uma mudança constitucional. Como uma mudança constitucional ocorre sem um grande debate na sociedade?”, indaga a sanitarista Ligia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). […]

Notícias

Florestas públicas de administração privada

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), houve um aumento da proporção de florestas públicas administradas por entidades privadas, que passaram de 3% em 1990 para 15% em 2010. Segundo oficial florestal da FAO, as concessões têm enorme potencial para trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais às populações locais e à sociedade como um todo, mas precisam ser bem administradas e fazer parte de acordos de governança transparentes para ter êxito. […]

CEIS

ONU propõe ações para garantir acesso a medicamentos

O acesso da população mundial a medicamentos sofre restrições exorbitantes: a cada três pessoas, uma não dispõe dos medicamentos essenciais de que precisa. Cerca de 5,5 bilhões de pessoas não têm acesso a analgésicos, sofrendo ou morrendo de dor. O problema afeta países pobres e ricos, sendo causado, principalmente, pelos crescentes custos das tecnologias de saúde e pela falta de novas ferramentas para solucionar recentes ameaças, como o ebola, zika e a resistência antimicrobiana. A solução para este problema envolve um trabalho conjunto entre governos e indústria, desvinculando o custo de pesquisa e desenvolvimento do valor final dos produtos. É esta a principal conclusão de um relatório do Painel de Alto Nível da ONU sobre Acesso a Medicamentos, divulgado dia 14 de setembro em Nova York. […]

Entrevistas

Consolidação, estagnação ou desmantelamento do SUS?

As projeções para as políticas sociais brasileiras nas próximas décadas – tema do Texto para Discussão 14, de Ana Luiza d´Ávila Viana e Hudson Pacifico da Silva – apontam três cenários para o Brasil no horizonte dos próximos 20 anos: o social-desenvolvimentista, o social-liberal e uma combinação de ambos. O mais pessimista, em que o Estado tem papel residual e as forças de mercado têm maior participação no desenvolvimento, prevê o desmantelamento do SUS. Nesta entrevista, a pesquisadora Luciana Dias de Lima, do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Ensp/Fiocruz, comenta os futuros possíveis para o Brasil e o SUS, a partir do investimento ou não em políticas sociais. “O contexto de instabilidade política traz ameaças para a democracia, faz com que o cenário social-liberal ganhe força nas projeções de futuro e compromete as políticas sociais. Se este cenário vigorar, os riscos de retrocesso no setor Saúde serão imensos”, alerta.

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Desenv. e Saúde

ENSP comemora 62 anos

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) completa 62 anos em 2016. A comemoração acontece de 12 a 16 de setembro, com programação especial em torno do tema “Saúde é nossa conquista e nosso direito – 30 anos da 8a Conferência Nacional de Saúde (8a CNS)”. Serão realizadas mesas redondas e palestras sobre a importância história da 8a CNS, o monitoramento epidemiológico de grandes eventos, o papel da Saúde Coletiva na defesa do SUS, jornalismo crítico e independente, assédio moral e sexual em instituições públicas e democracia, Estado e direitos sociais.

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Notícias

A Fiocruz na Agenda 2030

A Fiocruz, enquanto instituição estratégica de Estado, por sua história e pelas particularidades de sua atuação, tem importância fundamental para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, assim como para assegurar que sua implantação seja participativa, comprometida ao máximo com as causas sociais e orientada por uma visão de desenvolvimento solidária e plural. Foram estas algumas das conclusões do seminário A Fiocruz na Agenda 2030, realizado dia 1° de setembro na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).

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Notícias

Setembro Amarelo

Campanha mundial pela prevenção do suicídio busca superar tabu que ainda envolve o tema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo ocorrem, anualmente, 804 mil mortes causadas por suicídio, representando 11,4 mortes por cada 100 mil habitantes. Os principais métodos utilizados são o envenenamento, o enforcamento e o uso de armas de fogo, gerando uma morte a cada 40 segundos. O Brasil é o oitavo país na lista da OMS, com 31.507 casos de suicídio registrados entre 2012 e 2014. De 2009 a 2014 foram notificados um total de 73.790 casos de lesões autoprovocadas, compreendidas como tentativa de suicídio. […]

Notícias

ANS lança projeto Idoso Bem Cuidado

O modelo de cuidado que está sendo proposto pela ANS às operadoras e prestadores é composto por cinco níveis de cuidado: acolhimento, núcleo integrado de cuidado, ambulatório geriátrico, cuidados complexos de curta duração e cuidados longa duração. O maior destaque está nos três primeiros níveis, ou seja, nas instâncias leves de cuidado. “O reconhecimento precoce do risco reduz o impacto das condições crônicas na funcionalidade do idoso, fazendo com que seja possível monitorar a saúde e não a doença. […]