O relatório do Conselho de Economia da Saúde para Todos da OMS foi divulgado no dia 25 de maio, durante a 76ª Assembleia Mundial de Saúde, depois de dois anos de trabalho de 10 mulheres especialistas em economia, finanças, desenvolvimento, política de saúde e saúde, entre elas a sanitarista Zélia Maria Profeta da Luz, da Fundação Oswaldo Cruz, com a coordenação da professora da Universidade de Sussex, Mariana Mazzucato. No relatório, as conselheiras defenderam que o bem-estar e a economia são interdependentes e que a saúde é uma “lente transversal”, através da qual se pode ver muitos setores diferentes.
O trabalho das conselheiras, segundo o presidente da OMS, Tedrus Adhanom, partiu da premissa de que o bem-estar físico e mental da população mundial deve ser um objetivo central das economias, e que, portanto, “Saúde para todos” deveria estar na pauta de todas as áreas dos governos e não apenas de ministérios de Saúde. Mazzucato defendeu, no prefácio do relatório, que o crescimento econômico deve ser orientado para a qualidade de vida das pessoas de todo o mundo e a proteção do planeta, e que essa meta “requer investimento e inovação de todos os atores da economia.”
Para isso, o relatório pensa quatro frentes como os principais fatores impulsionadores da desejada mudança: a revisão de paradigmas nas medidas de desenvolvimento econômico e do crescimento; a melhoria da qualidade e da quantidade de financiamento para a saúde; a governança com foco em equidade para novos vacinas e tratamentos; e o desenvolvimento de condições para governos e sociedades poderem oferecer saúde para todos. Mazzucato alerta que é preciso uma nova narrativa econômica que transforme financiamento para a saúde de despesa em investimento para se alcançar essas metas, lembrando que a saúde é fundamental para o resiliência e a estabilidade das economias em todo o mundo.
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