Durante esta quarta-feira (9) e quinta-feira (10) o Conselho Nacional de Saúde realiza a 273ª Reunião Ordinária para debater estratégias para gestão do SUS e modelos de atenção à saúde, além de fazer deliberações para a programação da 15ª CNS, monitorar projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, entre outros objetivos.
O diretor administrativo do Conasems, também presidente do COSEMS RS, Marcelo Bósio, representou os municípios na Mesa de debate ao lado da presidente do CNS, Maria do Socorro, secretário de Gestão Estratégia e Participativa do Ministério daSaúde, Rogério Carvalho, secretário executivo doCONASS.Jurandi Frutuosoe Gastão Wagner, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
Bósio ressaltou um dos maiores impasses que os gestores de saúde pública sofrem no Brasil. “Na gestão esbarramos toda hora em quem realmente manda no país, que é o sistema financeiro. A gestão é política e nós estamos em uma crise política, ou seja, temos que encontrar soluções e dar uma resposta qualificada para a população”, afirmou. Ainda destacou que a convivência com a rede filantrópica e com os planos de saúde é inevitável, e acrescentou “Vamos fazer isso de uma forma que as pessoas sejam beneficiadas”.
O diretor ainda apontou as dificuldades de gestão da saúde nos municípios “Há diferenças entre regiões no Brasil que são abismos de realidade, mas somos gestores do sistema único de saúde, temos que assumir essa condição e traçar estratégias para construir um modelo que vá desde a formação de profissionais, até a relação com a indústria farmacêutica e a de equipamentos, por exemplo”, completou.
Já o presidente da Abrasco, levantou a questão da importância da política de pessoal, porém, propôs uma política nacional. “Eu defendo a criação de uma carreira temática de base nacional para SUS – carreira para atenção básica, para vigilância e saúde coletiva, além da valorização dos enfermeiros e médicos, com planos de carreira e salários dignos. É sonho, mas o SUS foi isso até agora, e já chegamos até aqui”, apontou.
Segundo ele, a gestão precisa ser unificada. “A secretaria estadual não está ligada com a municipal, nem as duas estão ligadas com a união é preciso pensar num sistema único tripartite”. Gastão ainda acrescentou que a atenção básica deve ser o foco. “O que nós vamos fazer com esse dinheiro que tanto estamos lutando para conseguir? Temos que investir na atenção básica, que é o que o Brasil mais necessita”, afirmou.
Portal Conasems, 09/09/2015