Indicador aponta alta de 0,38% nos investimentos no 2° trimestre

A divulgação do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (31), confirmou a projeção do Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo para o segundo trimestre do ano. Segundo o IBGE, os investimentos cresceram 0,4% no período, em relação ao primeiro trimestre, na comparação livre de efeitos sazonais. O Grupo de Conjuntura (Gecon) do Ipea havia anunciado na sexta-feira, dia 26, a elevação de 0,38% no indicador. “Os dados mais recentes indicam uma possível mudança de tendência dos investimentos, com destaque para as máquinas e equipamentos, cuja recuperação tem se mostrado mais significativa”, explica o coordenador do Gecon, José Ronaldo de Souza Jr.

O indicador do Ipea, que busca antecipar a atualização do SCNT, registrou a primeira alta desde o 1º trimestre de 2014. Enquanto o indicador de investimento em construção civil avançou 0,50%, o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) apresentou elevação de 11,72%, na mesma base de comparação, influenciado em grande medida pelo bom desempenho da produção doméstica de bens de capital ao longo de todo segundo trimestre; e, particularmente, pelo forte crescimento da importação registrado em junho. Na comparação interanual, o indicador aponta para uma contração de 9,2% no segundo trimestre de 2016, frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado representa uma melhoria em relação ao primeiro trimestre, quando a queda chegou a 17,5%.

FBCF
A formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia é composta majoritariamente pelos investimentos em máquinas e equipamentos e em construção civil. Tendo em vista que os investimentos em máquinas e equipamentos equivalem ao consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came), o Grupo de Estudos de Conjuntura (Gecon) do Ipea desenvolveu um indicador mensal da FBCF composto pela média ponderada desse indicador com um indicador de construção civil, que busca replicar a metodologia utilizada nas Contas Nacionais pelo IBGE. Além da vantagem da frequência mensal, há também a precedência temporal do nosso indicador em relação à divulgação da atualização do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT) do IBGE.

A metodologia de cálculo a proxy mensal da FBCF está detalhada no Texto para Discussão 2101. A diferença em relação às séries que constam no texto citado é que os dados mensais divulgados agora são ajustados, por meio do método de Denton, para que coincidam com as séries já divulgadas pelo IBGE.

Ipea, 26/08/2016