Vantagens institucionais do país são analisadas de forma comparativa em relação aos integrantes dos BRICS e à Argentina
Qual o papel que o Estado deve desempenhar em prol do desenvolvimento? A análise do próprio Estado, especificamente suas capacidades para definir objetivos coletivos e implementá-los, foi o tema da publicação Capacidades Estatais em Países Emergentes: O Brasil em Perspectiva Comparada. A discussão central da obra relaciona-se com as capacidades que o Estado deve possuir para exercer um papel positivo nos processos de desenvolvimento, além de apresentar quais as caraterísticas necessárias para que o Estado consiga ter uma relação positiva com os agentes privados e, dessa forma, agir de maneira mais efetiva.
Organizado por Alexandre de Ávila Gomide e Renato Raul Boschi, o livro tem por objetivo pensar em novas abordagens para as discussões sobre uma estratégia nacional de desenvolvimento. Questões relacionadas ao crescimento econômico, à diversificação da matriz produtiva, à redução da desigualdade social, ao aprofundamento da democracia e à participação política, assim como à sustentabilidade ambiental e à inserção internacional do país são abordadas.
No primeiro capítulo, de autoria de Alexandre Gomide, o autor destaca que a opção por um estudo comparado de países emergentes ocorre porque há desafios comuns a essa categoria de países. Em seguida, o capítulo 2, Capacidade Burocrática no Brasil e na Argentina: Quando a Política faz a diferença, analisa a profissionalização, a qualificação e a forma de recrutamento das agências governamentais no Brasil e na Argentina, com o objetivo de investigar a capacidade de elaboração de políticas.
Já os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são analisados no capítulo 3, que busca avaliar em que termos a formação de grupos e movimentos políticos atuantes fora do sistema político institucionalizado pode representar uma expansão das capacidades estatais. Ainda em relação aos BRICS, o capítulo 6, escrito por Carlos Henrique Vieira Santana, discute e apresenta as políticas de infraestrutura energética e as capacidades estatais desses países.
Em relação ao Brasil e à mudança do sistema econômico-político nas últimas duas décadas, Maria Antonieta Leopoldi mostra de que forma a agenda desses últimos 20 anos tem conseguido inserir o país na economia internacional por meio de uma ação efetiva do Estado. Esse panorama é apresentado no capítulo 11, Políticas de internacionalização em face dos desafios do século XXI: instituições e políticas voltadas para a ampliação do comércio exterior e o apoio às multinacionais brasileiras.
Ao todo, são 14 capítulos que se valem da perspectiva comparada para analisar várias faces do Brasil em relação aos demais países emergentes.
IPEA, 28/03/16