A situação do idoso avançou em vários aspectos, como a garantia de renda, até 2014, quando a Política Nacional do Idoso (PNI) completou 20 anos. Contudo, na área da saúde, embora tenha-se registrado progresso no que diz respeito à expansão da cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), a política ainda deixa a desejar. Foi o que disse a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Ana Amélia Camarano, no lançamento do livro Política Nacional do Idoso: velhas e novas questões, na sexta-feira, dia 21, em Brasília.
“Falta avançar, por exemplo, na questão da educação, que também é uma forma de integração dos idosos na vida social e na inclusão digital, que no mundo de hoje é fundamental”, acrescentou a pesquisadora, que assina a organização da publicação do Instituto com Alexandre de Oliveira Alcântara, promotor de Justiça do Ceará, e a médica Karla Cristina Giacomin, representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) no Distrito Federal.
De acordo com a diretora de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Lenita Maria Turchi, o livro, que contou com a contribuição de 32 pesquisadores, tem um caráter multidisciplinar e multi-institucional, fazendo uma análise da Política Nacional do Idoso e dos avanços obtidos em relação à proteção social do idoso desde a sua criação: “A publicação trata dos principais aspectos desta questão, como renda, direitos, saúde e educação e, ao mesmo tempo, propõe novas questões a serem debatidas para o envelhecimento digno da nossa população”.
O representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e professor de Gerontologia da Universidade de Brasília (UnB), Vicente de Paula Faleiros, destacou que a longevidade de uma pessoa deve ser encarada como uma conquista e não como um peso para a sociedade. “O envelhecimento deve ser considerado sob a ótica da cidadania, da participação, da autonomia da garantia da rede, que precisa ser implementada para atender progressivamente às perdas – funcional e social. A perda funcional pode ocorrer em qualquer idade, mas, sobretudo, no envelhecimento, com as doenças degenerativas”, disse o professor, acrescentando que, nestes casos, é necessário prevenir e cuidar.
A publicação está organizada em quatro partes: histórico da PNI, implementação, novas questões e perspectivas. A ideia foi, inicialmente, traçar um histórico da lei, discutindo as articulações de movimentos sociais e científicos, o papel das lideranças políticas envolvidas no processo de constituição da PNI e, a partir daí, comparar as condições de vida da população idosa brasileira antes e depois da lei, buscando identificar os avanços ocorridos.
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