Os avanços e os desafios no combate às doenças negligenciadas estiveram em debate na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no dia 31 de julho, durante o seminário “Doenças Negligenciadas e a Agenda 2030”, promovido pela iniciativa Brasil Saúde Amanhã e pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) no contexto da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030. Especialistas abordaram o tema sob a ótica do desenvolvimento sustentável e sua perspectiva global. O evento foi realizado das 9h30 às 13h, no Auditório do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), e teve transmissão ao vivo pelo canal da Vídeo Saúde no YouTube.
Coordenador da iniciativa Brasil Saúde Amanhã, o pesquisador José Carvalho de Noronha destacou a importância de lançar luz sobre o tema das doenças negligenciadas para o cumprimento do ODS 3, relacionado à saúde. Em particular, a meta 3.3 que evidencia a necessidade de, até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis. “O Brasil possui uma alta variedade e carga de doenças negligenciadas. O acesso universal a cuidados de saúde, a medicamentos e a saneamento básico, assim como investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos, são essenciais para um progresso futuro mais amplo em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirmou Noronha.
A iniciativa Brasil Saúde Amanhã é uma rede multidisciplinar de pesquisa que investiga e propõe caminhos para o país e o setor Saúde no horizonte móvel de 20 anos. A prospecção de cenários futuros para a saúde pública brasileira integra os esforços da Fiocruz para consolidar e qualificar o Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir melhores condições de vida e saúde para a população brasileira.
Doenças negligenciadas
As doenças negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam, historicamente, investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle. “Com a menção em maior ênfase no ODS 3, as doenças negligenciadas entraram enfim para a agenda mundial. O seminário busca, a partir da apresentação de quatro artigos encomendados, trazer um posicionamento atual e as perspectivas futuras do combate a essas enfermidades”, afirmou Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz, que irá moderou o painel “Doenças Negligenciadas e a Agenda 2030”.
Programação completa:
Seminário “Doenças Negligenciadas e a Agenda 2030”
09:30 – Abertura
Prof. Nísia Trindade Lima, Presidente da Fiocruz
Prof. Marco Krieger, Vice-Presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz
Prof. Rodrigo Correa de Oliveira, Vice-Presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB)
Prof. Paulo Gadelha, Coordenador da “Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030” da Fiocruz
Prof. Carlos Morel, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz
10h – 12h – Painel “Doenças Negligenciadas e a Agenda 2030”
1. Carga das Doenças Negligenciadas: Avanços e Dilemas
Prof. Laura cristina Simões Viana, Analista de Gestão em Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública Sérfio Arouca – ENSP, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
2. Negligenciadas entre as mais negligenciadas: as doenças causadas por fungos
Prof. Marcio L. Rodrigues, representante latino-americano do Conselho Executivo da Sociedade de Micologia Médica das Américas (MMSA)
3. Uma estratégia integrada para a eliminação das doenças tropicais negligenciadas
Prof. Fabio Zicker, Especialista em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde Globaç no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTs), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
4. Olhar contemporâneo ao problema secular das arboviroses no Brasil
Prof. Thiago Moreno L. Souza, Especialista em Saúde Pública no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
12:00 – 13:00 – Debates e Encerramento