Dos cerca de 2,6 milhões de estudantes que cursavam o 9º ano do ensino fundamental em 2015, 55,5% (1,5 milhão) já havia consumido uma dose de bebida alcoólica alguma vez, percentual superior ao observado em 2012 (50,3% ou 1,6 milhão). A proporção dos que já experimentaram drogas ilícitas subiu de 7,3% (230,2 mil) para 9,0% (236,8 mil) no mesmo período. Em relação ao consumo atual de álcool e drogas ilícitas, respectivamente, 23,8% (626,1 mil) e 4,2% (110,5 mil) dos estudantes tinham feito uso dessas substâncias nos últimos 30 dias antes da pesquisa. Já o percentual de estudantes que já haviam experimentado cigarro caiu de 19,6% em 2012 para 18,4% em 2015.
Essas e outras informações estão disponíveis na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015. A maior parte dos estudantes (88,6%) tinha idade entre 13 e 15 anos, sendo que 51,0% tinham 14 anos. Os meninos representaram 48,7% (1,28 milhão) e as meninas, 51,3% (1,35 milhão) da amostra. A rede pública de ensino concentrou 85,5% (2,3 milhões) dos estudantes, enquanto 14,5% (380,4 mil) estudavam na rede privada.
A PeNSE verificou que, em 2015, a iniciação sexual já tinha ocorrido para 27,5% dos alunos do 9º ano (cerca de 723,5 mil). Aproximadamente 39% deles (280,7 mil) não usaram preservativo na primeira vez e 33,8% (219,2 mil) não utilizaram na última relação sexual. Das meninas que haviam tido relação sexual, 9,0% disseram já ter engravidado, com mais frequência entre as estudantes de escolas públicas (9,4%) do que entre as da rede privada (3,5%).
Em 2015, cerca de 105,2 mil (4,0%) estudantes do 9º ano relataram já ter sido forçados a ter alguma relação sexual. Destes, em 31,6% dos casos (aproximadamente 33,3 mil), o ato foi cometido por algum membro da família (pai, mãe, padrasto, madrasta ou outros familiares).
Quase 195 mil alunos do 9º ano (7,4%) afirmaram ter sofrido bullying (zombaria, intimidação) por parte de colegas de escola, na maior parte do tempo ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Entre os alunos que se sentiram humilhados alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa, os principais motivos foram a aparência do corpo (15,6% ou 30,4 mil) e do rosto (10,9% ou 21,2 mil). Por outro lado, cerca de 520,9 mil alunos (19,8%) disseram já ter praticado bullying. Dentre os meninos, esse percentual foi de 24,2% e, entre as meninas, 15,6%.
A pesquisa revelou que 72,0% dos estudantes estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o próprio corpo (1,9 milhão). Por outro lado, do total de estudantes do 9º ano, 18,3% (481,4 mil) consideravam-se gordos ou muitos gordos. Enquanto 11,6% dos meninos se sentiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o própriocorpo, o dobro das meninas tinham o mesmo sentimento (23,3%). Além disso, 7,0% dos estudantes do 9º ano (184,2 mil) haviam induzido o vômito ou tomado laxantes nos últimos 30 dias, como meio de emagrecer ou de evitar ganhar peso. O percentual de estudantes que acumulou 300 minutos ou mais com atividades físicas praticadas por semana (considerados fisicamente ativos) passou de 30,1% em 2012 para 34,4% em 2015.
A PeNSE 2015, assim como as edições anteriores (2009 e 2012), contemplou questões sobre aspectos socioeconômicos; contexto familiar; hábitos alimentares; prática de atividade física; experimentação e consumo de cigarro, álcool e outras drogas; saúde sexual e reprodutiva; violência, segurança e acidentes; utilização de serviços de saúde, entre outros aspectos.
Nessa edição, a PeNSE traz, ainda, resultados usando um novo plano amostral (amostra 2), com informações para cada uma das idades ou grupos de idades entre 13 e 17 anos, permitindo maior comparabilidade com indicadores internacionais. Para tanto foi ampliado o escopo de turmas selecionadas no ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e incluído o ensino médio (da 1ª a 3ª série).
Em ambas as amostras há dados para Brasil e grandes regiões. Para a amostra 1, 9º ano do ensino fundamental, além dos dados obtidos para as capitais, como em 2009 e 2012, a PeNSE 2015 apresenta, também, dados para cada uma das unidades da federação. O questionário da PeNSE é aplicado diretamente ao estudante, sem que haja o intermédio de um entrevistador.
Percentual de alunos que já consumiram álcool sobe de 50,3% para 55,5% em três anos e meninas estão mais expostas
De 2012 para 2015, a experimentação precoce de bebida alcoólica subiu de 50,3% para 55,5%. No entanto, houve queda no consumo atual ( nos 30 dias anteriores a pesquisa) de bebida alcoólica, passando de 26,1% em 2012 para 23,8% em 2015.
Tanto a experimentação quanto o consumo atual de bebida alcoólica é maior entre as meninas. O indicador de experimentação foi de 56,1% para as meninas e de 54,8% para os meninos, e o consumo atual foi de 25,1% para elas e 22,5% para eles.
Dos escolares, 21,4% relataram já ter sofrido algum episódio de embriaguez na vida, meninos (21,7%) e meninas (21,1%). Considerando só os estudantes que já experimentaram uma dose de bebida alcoólica, a ocorrência de embriaguez foi de 38,5%.
Houve queda na experimentação de cigarro pelos alunos do 9º ano, de 19,6% em 2012 para 18,4% em 2015. O consumo atual de cigarro (nos 30 dias anteriores à pesquisa) foi de 30,5% entre os estudantes que já haviam experimentado (5,6% no total de estudantes), e a principal forma de obtenção foi compra em loja ou botequim (25,8%).
Experimentação de drogas ilícitas cresce de 7,3% para 9,0% entre 2012 e 2015
Houve aumento no percentual de estudantes do 9º ano que já experimentaram drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume, ecstasy etc.), passando de 7,3% em 2012 para 9,0% em 2015. Entre os meninos, essa proporção era de 9,5% e entre as meninas, 8,5%. O uso de drogas foi mais intenso entre os alunos das escolas públicas (9,3%) do que entre os de escolas privadas (6,8%).
O consumo atual de drogas ilícitas (nos 30 dias anteriores à pesquisa) foi relatado por 4,2% dos estudantes, sendo superior entre os meninos (4,7% versus 3,7% das meninas). Quando considerados somente os escolares que já experimentaram drogas, o consumo atual foi de aproximadamente 46,6%.
O consumo atual de maconha foi declarado por 4,1% dos estudantes do 9º ano, sendo maior para os meninos (4,8%) do que para as meninas (3,5%). Considerando os alunos que já usaram drogas ilícitas alguma vez na vida, o consumo atual de maconha foi de 46,1%. Em 2012, esses percentuais eram de 2,5% no total de estudantes e de 34,5% entre os que já haviam experimentado drogas ilícitas.
Ainda considerando os estudantes que já usaram drogas ilícitas, 5,5% declararam o uso de crack alguma vez nos últimos 30 dias, o que corresponde a 0,5% da população de estudantes do 9º ano do ensino fundamental.
105 mil estudantes do 9º ano já tiveram alguma relação sexual forçada
Dos escolares do 9º ano, 4,0% disseram já ter sido forçados a ter relação sexual, cerca de 105,2 mil pessoas, sendo mais frequente entre as meninas (4,3%) que entre os meninos (3,7%). Considerando a dependência administrativa das escolas, 4,4% foi o percentual dos alunos das escolas públicas e 2,0% dos alunos das escolas particulares. Roraima (7,3%) teve o maior percentual.
Sobre quem os forçou à relação sexual, os maiores percentuais citados foram namorado(a) ou ex-namorado(a), com 26,6%; amigo(a), com 21,8%; pai, mãe, padrasto ou madrasta, com 11,9% e outros familiares, com 19,7%.
Gravidez precoce atinge 9,0% das meninas que já tiveram relação sexual
Em 2015, 27,5% dos estudantes do 9º ano já haviam tido relação sexual alguma vez na vida, um percentual ligeiramente mais baixo que o observado em 2012 (28,7%). Para os meninos, a frequência deste indicador foi de 36,0% e para as meninas, 19,5%. Considerando a dependência administrativa das escolas, 29,7% de alunos das escolas públicas e 15,0% das escolas privadas já tiveram relação sexual. Roraima foi o estado com maior percentual de estudantes que já tiveram relação sexual (41,4%).
Dos estudantes que já tiveram relação sexual, 61,2% usaram preservativo na primeira vez, sendo maior o uso pelas meninas (68,7%) do que pelos meninos (56,8%). Quando se considera a última relação sexual, o percentual de estudantes que usaram preservativo aumenta para 66,2%, no entanto, observa-se queda em relação a 2012 (75,3%). Excluindo-se a camisinha, 61,5% dos estudantes utilizam a pílula anticoncepcional como método contraceptivo.
Com relação à prevenção de gravidez, 79,2% dos estudantes responderam ter recebido informações na escola, com maior proporção para as meninas (82,0%) do que para os meninos (76,3%). Ainda assim, 9,0% das que tiveram relação sexual (23.678) disseram já ter engravidado alguma vez, com expressiva diferença entre as meninas de escolas públicas (9,4%) e privadas (3,5%).
195 mil estudantes do 9º ano já foram vítimas de bullying
Quase 195 mil alunos do 9º ano (7,4%) disseram ter sofrido bullying (zombaria, intimidação) por parte de colegas de escola nos 30 dias anteriores à pesquisa, sendo que na maior parte do tempo ou sempre se sentiram humilhados pelas provocações. Entre os alunos que se sentiram humilhados alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa, os principais motivos da zombaria foram a aparência do corpo (15,6%) e do rosto (10,9%).
Por outro lado, cerca de 520,9 mil alunos (19,8%) contaram já ter praticado bullying. Dentre os meninos, esse percentual foi de 24,2% e, entre as meninas, 15,6%.
Uma em cada cinco meninas se sente gorda ou muito gorda
Enquanto 72,0% do total de estudantes do 9º ano estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o proprio corpo (1,9 milhão), sendo entre os meninos de 77,9% e entre as meninas de 66,6%, 18,3% (481,4 mil) consideravam-se gordos ou muitos gordos. A proporção era maior entre as meninas (21,8% contra 14,6% entre meninos). Entre os estudantes que responderam à pesquisa, 25,6% tinham desejo de emagrecer. Apesar de 21,8% das meninas se considerarem gordas ou muito gordas, o desejo de perder peso atingia 30,3% das estudantes.
A região Sul apresentava a proporção mais elevada de alunas do 9º ano que queriam emagrecer (36,6%) sendo que, dentre as unidades da federação, o maior percentual encontrava-se no Rio Grande do Sul (39,2%).
Enquanto 11,6% dos meninos se sentiam insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o próprio corpo, o dobro das meninas tinham o mesmo sentimento (23,3%).
A pesquisa mostra que 7,0% dos estudantes do 9º ano (184,2 mil) haviam induzido o vômito ou tomado laxantes nos últimos 30 dias, como meio de emagrecer ou de evitar ganhar peso. Entre os meninos, esta proporção era de 6,5% e, entre as meninas, de 7,5%. Esta tendência se inverte em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, especialmente no Maranhão, onde a proporção de meninos era de 10,2% e a das meninas, 7,3%. Nas escolas públicas, 7,2% dos alunos utilizaram-se deste método para perder ou manter o peso, proporção um pouco superior à das escolas privadas (5,9%).
A atitude de ingerir medicamentos, fórmulas ou algum produto para perder peso, sem acompanhamento médico, era mais comum entre os meninos (6,8%) do que entre as meninas (5,2%). O Tocantins mostrou a maior diferença, com 10,7% dos meninos e 5,2% das meninas utilizando este procedimento.
Se a intenção é ganhar peso ou massa muscular, aumenta a diferença entre meninos (8,6%) e meninas (5,6%) que fazem uso de medicamento, fórmula ou outro produto. Tocantins detinha a maior proporção de meninos que tinham recorrido a este recurso (14,2%).
14,5% dos jovens do 9º ano foram agredidos por adulto da família
Cerca de 381,5 mil alunos do 9º ano (14,5%) contaram ter sofrido agressão física por parte de um adulto da família nos 30 dias que precederam a pesquisa. As agressões eram mais frequentes entre as meninas (15,1% contra 13,8% dos meninos) e entre os estudantes de escolas públicas (14,8% contra 13,0% das privadas). Pernambuco registrou o maior percentual (18,0%).
As brigas, em que alguma pessoa usou arma de fogo, envolveram 5,7% dos estudantes do 9º ano, aproximadamente 150 mil pessoas, enquanto as rixas envolvendo armas brancas atingiram 7,9% dos alunos. Nos dois casos, os percentuais foram maiores entre os meninos (7,9% e 10,6%, respectivamente) que entre as meninas (3,7% e 5,4%). Entre os alunos de escolas públicas, as brigas envolvendo armas de fogo foram relatadas por 6,1% dos alunos (3,4% dos estudantes de escolas privadas) e as armas brancas, 8,4% (5,3% das escolas particulares).
Já a insegurança no trajeto de casa para a escola ou na escola fez com que 14,8% dos estudantes do 9º ano (389,4 mil pessoas) deixassem de ir à escola por, pelo menos, uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa. Entre os alunos de escolas públicas, este percentual chegou a 15,8%, enquanto foi de 9,0% entre os que estudavam em instituições privadas.
Um em cada três estudantes do 9º ano (852,4 mil ou 32,4%) havia dirigido veículo motorizado (carro, motocicleta, voadeira, barco) nos 30 dias que antecederam à pesquisa. Estes estudantes tinham, em sua maioria, de 13 a 15 anos de idade. Em 2012, esse percentual havia sido de 27,1%. A proporção de meninos (45,2%) foi mais que duas vezes superior à das meninas (20,3%). O percentual entre os alunos de escolas públicas foi maior (33,9%) do que entre os de escolas privadas (23,6%).
Por outro lado, quase 692 mil estudantes (26,3%) haviam sido transportados em veículos dirigidos por motoristas que tinham consumido bebida alcoólica, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Em 2012, esse percentual havia sido de 22,9%. Além disso, 33,6% dos estudantes do 9º ano nunca ou raramente usaram cinto de segurança, seja no banco da frente ou no de trás. No estado do Rio de Janeiro, este percentual atingiu 47,0%.
Percentual de estudantes cuja mãe tinha curso superior subiu de 8,9% para 13,3%
Em 2015, 86,6% dos alunos do 9º ano entrevistados não trabalhavam, 12,2% trabalhavam e recebiam dinheiro por esse trabalho e 1,2% responderam trabalhar e não receber pelo trabalho.
O percentual de estudantes cuja mãe tinha nível superior completo subiu de 8,9% em 2012 para 13,3% em 2015, enquanto o percentual de mães sem instrução ou ensino fundamental incompleto caiu de 34,5% para 24,8%. A escolaridade da mãe está associada às condições socioeconômicas das famílias.
1 em cada 4 alunos das escolas públicas faltou aula sem conhecimento dos pais
Em relação ao contexto familiar dos estudantes, 59,4% moravam com o pai e a mãe e 30,6% moravam só com a mãe, enquanto 4,4% dos escolares moravam só com o pai. Os que não moravam nem com mãe nem com pai totalizaram 5,7%. Para 66,6% dos estudantes, os pais se preocupavam com os seus problemas e preocupações, sendo esse percentual maior para os meninos (70,4%) que para as meninas (62,9%).
O conhecimento dos pais sobre o que os estudantes faziam no tempo livre foi maior entre as meninas (82,1%) em relação aos meninos (78,6%), com média de 80,4%. Já o percentual de estudantes que faltaram aula sem conhecimento dos pais nos últimos 30 dias foi de 23,4%, sendo mais comum nas escolas públicas (25,0%) que nas privadas (13,9%).
60,7% dos estudantes comem feijão pelo menos 5 dias na semana
Em relação aos hábitos alimentares, em 2015, o consumo semanal igual ou superior a cinco dias de alimentos marcadores de alimentação saudável entre os estudantes atingiu 60,7% para feijão, 37,7% para legumes ou verduras e 32,7% para frutas frescas. Para os alimentos marcadores de alimentação não saudável, os percentuais chegaram a 13,7% para salgados fritos, 41,6% para guloseimas (doces, balas, chocolates etc.), 26,7% para refrigerantes e 31,3% para ultraprocessados salgados (hambúrguer, embutidos etc.).
Apesar de, em 2015, 77,3% dos estudantes terem acesso a comida ofertada pela escola, apenas 38,5% informaram seu consumo. Este hábito é menos frequente entre as meninas (36,2%) que entre os meninos (41,0%). Nas escolas públicas, 86,6% dos alunos informaram oferta de merenda, mas apenas 38,1% consumiam as refeições. Na rede privada, a proporção de oferta (22,6%) é menor, mas o percentual de consumo é maior (48,9%).
Percentual de estudantes fisicamente ativos cresceu de 30,1% em 2012 para 34,4% em 2015
Em relação à prática de atividade física, a maioria dos estudantes do 9º ano (60,8%) foi classificada como insuficientemente ativa (tiveram de 1 a 299 minutos de atividade física por semana), 34,4% eram ativos (acumularam 300 minutos ou mais de atividade física na semana) e 4,8% foram considerados inativos (não praticaram atividade física no período). Em 2012, os classificados como ativos representavam 30,1%. A pesquisa considerou o deslocamento de casa para a escola e da escola para casa, as aulas de educação física na escola e outras atividades físicas extraescolares.
Houve diferença no indicador entre os estudantes por sexo. Enquanto quase 44,0% dos meninos informaram praticar 300 minutos ou mais de atividade física semanal, para as meninas esse percentual foi pouco superior a 25,0%.
Por outro lado, observou-se uma queda no percentual de estudantes que não tiveram aula de educação física na semana anterior a pesquisa, passando de 18,3% em 2012 para 14,0% em 2015. Em 2012, 38,6% dos estudantes informaram ter dois ou mais dias de aulas de educação física na semana anterior à data da pesquisa, passando para 48,4% em 2015. A ocorrência de aulas de educação física em dois dias ou mais na semana foi maior entre os alunos da rede pública (50,0%), quando comparados aos da rede privada (39,4%).
Observou-se, ainda, uma queda no percentual de estudantes que possuíam o hábito de assistir a mais de duas horas de televisão nos dias de semana: de 78% em 2012 para aproximadamente 60% em 2015. Esse hábito é mais comum entre as meninas (61,3%) do que entre os meninos (58,1%). Também é mais frequente entre os alunos de escolas públicas (61,2%) do que entre os da rede privada (51,5%).
Além disso, 56,1% dos estudantes ficavam mais de três horas sentados, não só assistindo televisão, mas realizando outras atividades, como usar o computador e jogar videogame.
Amostra 2: 17,0% dos estudantes de 16 e 17 anos já experimentaram drogas ilícitas
Partindo de cerca de 9,1% na faixa etária de 13 a 15 anos, a experimentação de drogas ilícitas alcança aproximadamente 17,0% entre os estudantes de 16 a 17 anos, uma diferença de quase o dobro. A experimentação antes dos 14 anos ocorreu com quase 2,6% dos escolares de 16 a 17 anos. O consumo atual de drogas ilícitas também aumenta com a idade, passando de 4,2% na faixa de 13 a 15 anos para 7,4% entre 16 e 17 anos.
O consumo atual de bebida alcoólica difere nas duas faixas de idade, sendo de pouco mais de 24,0% entre os adolescentes de 13 a 15 anos e de quase 37,8% no grupo de 16 a 17 anos. Em torno de 37,2% dos escolares de 16 a 17 anos já sofreram com episódios de embriaguez.
Dos estudantes entre 16 e 17 anos, 10,0% experimentaram cigarros antes dos 14 anos. Aproximadamente 8,4% fumaram pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Mais da metade dos estudantes de 16 e 17 anos já teve iniciação sexual
O percentual de estudantes que já tiveram iniciação sexual aumenta com a idade, sendo de 27,0% no grupo de 13 a 15 anos e de 54,7% entre os de 16 e 17 anos. Entre os meninos, 34,5% dos estudantes de 13 a 15 anos já haviam tido relação sexual alguma vez, enquanto, entre as meninas neste grupo etário, o percentual era de 19,3%. Da faixa etária de 16 a 17 anos, 59,9% dos garotos já haviam tido relação sexual, enquanto entre as meninas, 49,7%.
Entre os estudantes de 13 a 15 anos que já haviam iniciado a vida sexual, 59,7% usaram preservativo na primeira relação. No grupo de 16 e 17 anos, o percentual foi de 68,2%. Por outro lado, no grupo de 13 a 15 anos, 60,3% usaram preservativo na última relação sexual, enquanto 65,6% no grupo de 16 e 17 anos haviam se protegido.
No que se refere ao uso de método contraceptivo e de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis na última relação, 69,5% dos estudantes entre 16 e 17 anos usaram algum método para se proteger. Os mais jovens foram os que menos se protegeram (59,6%).
Estudantes entre 13 e 15 anos sofrem mais bullying que os da faixa de 16 e 17 anos
São os meninos de 13 a 15 anos (8,4%) e de 16 e 17 (4,9%) que mais afirmaram se sentir humilhados por provocações de colegas da escola, na maior parte do tempo ou sempre. Ainda no contexto de violência sofrida, 4,7% dos escolares de 13 a 15 anos e 4,5% daqueles entre 16 e 17 anos relataram já ter sido forçados a ter relação sexual. A diferenciação entre os sexos é maior na faixa dos 13 a 15 anos, sendo 5,2% o percentual para o sexo masculino e 4,3% o percentual para o sexo feminino.
Os indicadores mostram que 14,7% dos escolares de 13 a 15 anos foram agredidos fisicamente por algum adulto da família nos 30 dias anteriores à pesquisa. 17,3% responderam que sofreram agressão física ao menos uma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa, sendo 18,5% dos escolares masculinos e 16,0% dos escolares femininos da faixa de 13 a 15 anos. Os que mais se envolveram em alguma briga e/ou luta física nos últimos 12 meses foram os escolares entre 13 e 15 anos (23,3%). Nessa faixa etária, 30,2% dos escolares do sexo masculino e 16,2% dos escolares do sexo feminino.
Os estudantes de 13 a 15 anos foram os que expressaram maior percepção de insegurança. Nessa faixa etária, o percentual de absenteísmo por insegurança no trajeto casa-escola-casa foi de 13,5%. Para aqueles na faixa de 16 a 17 anos, o percentual foi de 12,4%. O percentual de absenteísmo por insegurança na escola foi de 11,4% para os estudantes entre 13 e 15 anos e de 8,1% para os estudantes entre 16 e 17 anos.
Em 2015, 29,8% dos estudantes de 13 a 15 anos e 33,7 % dos alunos de 16 a 17 anos tinham dirigido veículo motorizado nos últimos 30 dias. Verificou-se que 40,5% dos meninos e 18,8% das meninas entre 13 e 15 anos tinham conduzido veículo automotor, enquanto entre os de 16 a 17, o percentual de meninos foi de 49,0%, contra 18,8% das meninas.
O percentual de escolares que andaram em veículo motorizado cujo condutor havia ingerido bebida alcoólica foi de 25,4% para os estudantes de ambas as faixas etárias. Os meninos foram os que mais reportaram essa situação, sendo 27,0% para o grupo entre 13 e 15 anos e 26,5% para o grupo entre 16 e 17 anos.
30,2% das meninas de 13 a 15 anos tentaram emagrecer em 2015
As maiores proporções de estudantes que tentaram perder peso corporal foram encontradas entre as meninas, atingindo, respectivamente, 30,2% e 32,6% nos grupos de 13 a 15 anos e 16 e 17 anos (contra 21,3% e 17,6% entre os meninos).
Entre os meninos, foram encontrados os maiores percentuais de escolares que tentaram ganhar peso ou massa corporal: 17,9% entre 13 e 15 anos e 22,6% na faixa de 16 e 17 anos, frente a 13,6% e 16,7% para as meninas nas respectivas faixas etárias.
Mais de 70,0% dos adolescentes de 13 a 17 anos sentiam-se satisfeito ou muito satisfeito com o próprio corpo (70,2%), variando o percentual desde 66,6%, no grupo de 16 e 17 anos, até 72,4% nos estudantes de 13 a 15 anos. As proporções eram menores entre as meninas (61,1% e 66,5%, respectivamente) quando comparadas aos meninos (72,3% e 78,1%), em ambas as faixas etárias.
Um em cada quatro adolescentes de 13 a 15 anos tinha excesso de peso em 2015
Cerca de 23,7% dos estudantes entre 13 e 17 anos tinham sobrepeso (15,9%) ou obesidade (7,8%) em 2015, o que correspondia a um total aproximado de 3,1 milhões de jovens. No total da população, 8,3 % dos meninos e 7,3% das meninas foram considerados obesos.
O excesso de peso foi mais frequente para o grupo de escolares com idade entre 13 a 15 anos (25,1%) do que entre aqueles com 16 e 17 anos (21,4%). O excesso de peso ficou mais elevado entre os estudantes de 13 a 17 anos, das escolas privadas (28,4% contra 23,0% nas escolas públicas). O mesmo ocorreu em relação à obesidade, com frequência de 9,3% para adolescentes de escolas privadas e 7,6% de escolas públicas.
IBGE, 26/08/2016