O Ipea, em parceira com o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, reuniu especialistas e autoridades para debater a inovação e produtividade no Brasil. O seminário Fortalecendo a inovação para o crescimento da produtividade no Brasil: em direção a uma agenda renovada de políticas para inovação ocorreu no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília, e terminou nesta quinta-feira, dia 2.
No primeiro dia do encontro, foram discutidas ações para aumentar a produtividade brasileira, de forma a garantir e expandir o progresso social, além de assegurar o futuro do crescimento econômico. O presidente do Ipea, Jessé Souza, ressaltou o aumento da produtividade como uma questão de extrema importância para o Brasil. “É uma estratégia fundamental em um país que tenta não ser apenas exportador de matéria-prima, mas ter inovação tecnológica incorporada nas suas empresas e potencial de capacitação dos trabalhadores”, disse.
A diretora do Banco Mundial para o Brasil, Deborah Wetzel, destacou que “iniciativas como esta são importantes para compartilhar experiências internacionais, identificando as conquistas e lacunas, além das áreas de melhorias nas políticas de inovação”. Também estiverem presentes na mesa de abertura o representante da OCDE, Dirk Pilat, o secretario de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação, Armando Zeferino Millioni, e o gerente de negócios da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Miguel Nery.
Incentivos a capacitações
A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda De Negri, foi a coordenadora da primeira mesa do seminário, que debateu alternativas no fomento à inovação e produtividade. Participaram ainda Mark Dutz, do Banco Mundial, Erick Verhoogen, da Universidade Columbia (EUA), e Dirk Pilat, da OCDE. Os especialistas apontaram o investimento na qualificação da mão de obra brasileira como um dos maiores desafios. Segundo De Negri, os últimos indicadores mostram que a produtividade perdeu fôlego no país nos últimos anos, grande parte em função da qualidade da educação oferecida, que acaba afetando diretamente a capacidade de inovação das empresas.
Outro ponto debatido foi a destinação dos recursos disponíveis para políticas de inovação. Apenas 30% dos gastos em ciência e tecnologia no Brasil estão em instituições com o caráter de resolver problemas concretos, como ministérios, empresas públicas e instituições correlatas. “O Brasil não prevê a compra de pesquisa e desenvolvimento, tornando fundamental diversificar nossas políticas de inovação, tanto em relação à forma, quanto ao seu monitoramento”, enfatizou De Negri.
À tarde, foram analisados estudos de caso de outros países na área de inovação.
Ipea, 01/07/2015