No mundo, oito pessoas detém o mesmo patrimônio que a metade mais pobre da população. Ao mesmo tempo, mais de 700 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 1,90 por dia. No Brasil, a situação é pior: apenas seis pessoas possuem riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. E mais: os 5% mais ricos detém a mesma fatia de renda que os demais 95%. Nesse cenário de desigualdades, a Oxfam Brasil lança o relatório “A distância que nos une”.
Artigos Relacionados
Poder no século 21: diálogos Norte-Sul
A antropóloga Rita Segato, membro da CLACSO, discute o pensamento latino-americano na contemporaneidade.
Políticas sociais contra as desigualdades
“A Constituição de 1988 foi um marco na garantia da saúde como direito”, afirma a pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp), Ana Maria Medeiros da Fonseca, uma dos idealizadoras do programa Bolsa Família e Brasil Sem Miséria. Em entrevista ao portal Regiões e Redes, lembra que, antes de 1988, existiam apenas as santas casas, os hospitais dos alienados e as instituições filantrópicas. “Saúde universal e gratuita como a que temos hoje, apesar das diferenças regionais e intermunicipais e das dificuldades que conhecemos, estava fora do nosso universo”. […]
Vulnerabilidade para além da caridade
As questões ligadas à saúde da população em situação de rua são muito mais complexas do que é possível ver nas praças e calçadas dos centros urbanos. Para começar, estas pessoas vivem em condição de vulnerabilidade, reforçada pela desigualdade de acesso aos direitos fundamentais e pelo estigma que acompanha sua condição — o que as afasta das condutas saudáveis e também dificulta seu acesso aos bens, programas e serviços de saúde. “O reconhecimento dessas pessoas como cidadãos de direitos é recente e ainda não é acolhido na sociedade”, adverte o texto da cartilha Saúde da População em Situação de Rua: um direito humano, lançada em 2015 pelo Ministério da Saúde. […]